Uma nova rodada de revelações sobre programas de espionagem dos Estados Unidos confirma a capacidade dos serviços secretos americanos de interceptar até mesmo como navegam os internautas. Pressionado pelo Congresso, o governo americano acabou tornando públicos documentos que até agora eram mantidos em segredo.
Um dos programas divulgados nesta quarta-feira (31) no Senado pelos integrantes do governo já havia sido revelado por Edward Snowden, ex-técnico da CIA. Eles explicaram que o governo deu uma ordem para que uma operadora de telefonia entregasse os dados de chamadas de milhões de norte-americanos descrevendo como esses dados deveriam ser armazenados e acessados.
Em Los Angeles, numa rara aparição pública, o general-chefe da Agência Nacional de Segurança, disse que a NSA não escuta os telefonemas nem lê os e-mails de ninguém. Mas uma nova reportagem do jornal britânico The Guardian revelou que a vigilância pode ser bem maior do que admitem as autoridades. O artigo, feito com base em documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Eduard Snowden mostrou que o programa do governo americano pode rastrear os passos de qualquer pessoa na internet.
O jornal publicou uma apresentação interna da NSA com explicações sobre o sistema chamado X-Keyscore, descrito como o mais abrangente para recolher dados. O sistema permite que os técnicos espiem o internauta em tempo real e pesquisem informações por nome, número de telefone e endereço de IP.
O corpo das mensagens de emails, chats e mensagens privadas no Facebook podem ser acessados. É exigido apenas o preenchimento de um formulário simples, com uma justificativa qualquer para a pesquisa, sem a necessidade de aprovação de um superior ou da Justiça. O sistema teria 700 servidores de internet distribuídos em 150 locais, inclusive no Brasil.
O porta-voz da Casa Branca negou que o acesso às informações dos analistas do governo ao banco de dados da NSA seja ilimitado.

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